charadas, trocadilhos,
provérbios adulterados
e brincadeiras sob disfarce de aldravias.
O título desse livro do Manduca é duplamente ardiloso. Insinua o oferecimento de uma coletânea de autênticos poemetos. Na verdade, apenas contém exercícios e folguedos frouxamente balizados por modelo compacto de poesia. Ademais, há heresia na evocação de Olavo Bilac. Aqui não prevalecem pretensões de rigor formal ou lirismo arrebatador. Em espírito moleque, aí vão charadas, trocadilhos, provérbios adulterados e outras brincadeiras sob disfarce de aldravias.
Um convite para dizer tudo em 6 palavras.
6 palavras-verso.



Que história é essa de
aldravias?
Os cânones do formato poético aldravia, em sua expressão mais simples, compreendem, entre outros, o limite de 6 palavras-verso, sem pontuação, letra capitular ou título.
“Polinizar”
aldravias
Essas regras, enganosamente liberais, favorecem uma desejada polifonia, cada enunciado podendo abrigar, em intertextualidade, visões não apenas do autor, como, também, do leitor e de outros escritos. Nessa dimensão “polinizadora” das aldravias, cabem até a incerteza de absurdos.
Obra aberta
A fórmula é fascinante, propensa a oferecer a multiplicidade de interpretações de uma obra aberta. Acrescente-se o ingrediente de enganosa (?) facilidade de construção e a tentação do mergulho se torna irresistível. Estou caindo nesse mar.
